Ergonomia Cognitiva: O que é e Como Influencia o Desempenho no Trabalho

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5/13/20253 min read

Ergonomia Cognitiva: O que é e Como Influencia o Desempenho no Trabalho

A ergonomia é uma ciência ampla que vai além da postura física e da adaptação de mobiliários. Um dos seus campos mais relevantes, especialmente na era digital e informatizada, é a ergonomia cognitiva — um ramo que estuda como os processos mentais interagem com as condições de trabalho.

Neste artigo, você vai entender o que é ergonomia cognitiva, como ela afeta o desempenho, a saúde mental dos trabalhadores e quais estratégias as empresas podem adotar para criar ambientes mais saudáveis e produtivos.

O que é Ergonomia Cognitiva?

A ergonomia cognitiva é uma área da ergonomia que se concentra na forma como o ser humano processa informações no ambiente de trabalho. Isso inclui:

  • Atenção

  • Percepção

  • Memória

  • Tomada de decisão

  • Resolução de problemas

  • Carga mental

Ela analisa como os sistemas de trabalho (tarefas, ferramentas, sistemas digitais, rotinas e processos) influenciam o funcionamento cognitivo dos colaboradores — e busca projetar ambientes que facilitem o pensamento e reduzam erros, fadiga mental e estresse.

Diferença entre Ergonomia Física e Cognitiva

Enquanto a ergonomia física lida com movimentos, forças, posturas e interações mecânicas com o ambiente, a ergonomia cognitiva foca na interação mental do trabalhador com os elementos do seu trabalho, como softwares, fluxos de tarefas, interfaces de sistemas e comunicações.

Por exemplo:

  • Um teclado mal posicionado é um problema físico.

  • Uma interface de sistema confusa que exige atenção redobrada e provoca erros é um problema cognitivo.

Impactos da Ergonomia Cognitiva no Trabalho

A negligência da ergonomia cognitiva pode causar:

  • Sobrecarga mental

  • Erros frequentes

  • Falta de atenção

  • Queda na produtividade

  • Estresse e ansiedade

  • Fadiga decisória

  • Desmotivação

Já a aplicação adequada proporciona:

  • Processos mais fluidos e compreensíveis

  • Menor esforço mental para realizar tarefas

  • Ambientes mais intuitivos e organizados

  • Colaboradores mais satisfeitos e eficientes

Exemplos Práticos de Ergonomia Cognitiva

1. Interfaces de Sistemas Intuitivas

Sistemas complexos, com excesso de informações e pouca usabilidade, aumentam a carga mental dos usuários. Um sistema bem projetado, com botões claros, fluxo lógico e feedback visual adequado, melhora a eficiência e reduz erros.

2. Organização da Informação

Ambientes com excesso de estímulos (sons, notificações, luzes, conversas paralelas) prejudicam o foco. Ambientes organizados e silenciosos favorecem a concentração e a retenção de informações.

3. Gestão da Carga de Trabalho

Delegar tarefas sem considerar o nível de complexidade, prazos apertados e múltiplas exigências simultâneas sobrecarrega cognitivamente os colaboradores, impactando sua saúde mental e desempenho.

4. Treinamentos Objetivos

Treinamentos muito técnicos, longos ou mal estruturados dificultam a absorção do conhecimento. Adotar metodologias ativas e materiais didáticos visuais ajuda a fixar melhor os conteúdos.

Estratégias para Aplicar a Ergonomia Cognitiva

1. Avaliação Cognitiva do Ambiente de Trabalho

Realizar análises dos fluxos de tarefas, ferramentas utilizadas e grau de complexidade dos processos. Identificar pontos de sobrecarga mental e propor melhorias.

2. Redução de Distrações

Minimizar ruídos, excesso de reuniões, notificações digitais desnecessárias e interrupções frequentes. Um ambiente calmo e previsível favorece o raciocínio e a atenção.

3. Automação de Processos Repetitivos

Automatizar tarefas rotineiras libera o cérebro para tarefas mais estratégicas, reduzindo a carga mental e o cansaço cognitivo.

4. Uso de Softwares Amigáveis

Investir em sistemas com boa usabilidade, que exijam o mínimo de esforço para serem operados. Isso evita frustrações e perda de tempo com erros.

5. Intervalos Regulares

Pausas curtas e regulares durante o expediente ajudam a aliviar a fadiga mental, melhorar a concentração e aumentar a criatividade.

Ergonomia Cognitiva e a NR-17

A Norma Regulamentadora nº 17 (NR-17) trata da ergonomia como um todo e reforça a importância de considerar as características psicofisiológicas dos trabalhadores, o que inclui aspectos mentais.

Apesar de não detalhar a ergonomia cognitiva de forma específica, a norma orienta as empresas a adaptarem as condições de trabalho para preservar saúde, segurança e eficiência — o que inclui a redução da sobrecarga mental.

Benefícios para as Empresas

Investir em ergonomia cognitiva traz benefícios como:

  • Redução de erros operacionais

  • Aumento da produtividade

  • Melhoria no clima organizacional

  • Diminuição do estresse ocupacional

  • Menor rotatividade e absenteísmo

  • Aumento da satisfação dos colaboradores

Trata-se de uma ação de baixo custo e alto impacto, principalmente em empresas que lidam com atendimento ao público, centros administrativos, operadores de sistemas ou ambientes com alta demanda de atenção.

Conclusão

A ergonomia cognitiva é um componente essencial para empresas que desejam promover saúde mental, qualidade de vida e alta performance no trabalho. Com pequenas mudanças no ambiente, nos processos e nas ferramentas, é possível tornar o dia a dia mais fluido, saudável e produtivo.

Quer continuar aprendendo sobre ergonomia e qualidade de vida no trabalho? Acompanhe o blog Vida em Equilíbrio para mais conteúdos atualizados e relevantes.